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O exorcista explica o mal e suas armadilhas

Gabriele Amorth

INTRODUÇÃO

“No ocaso da vida, seremos julgados pelo amor.” Com esta fulgurante expressão, São João da Cruz, grande místico carmelita do século XVI, quis exprimir teologicamente a mesma realidade misteriosa que Jesus, pouco antes de oferecer a sua vida pela redenção dos homens, expôs aos seus discípulos. Ao fazê-lo, traçou um extraordinário e apocalíptico quadro do último juízo de Deus no que diz respeito à história e à existência individuais, tal como está “retratado”, de forma grandiosa, pelo apóstolo Mateus, no capítulo 25 de seu Evangelho: “Em verdade, eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes” (v. 40).

É o amor, portanto, o fundamento da sentença que se pronunciará sobre a nossa vida. Mais ainda, quando comparecermos perante Deus, será o que a nós caberá exprimir, diante da verdade nua e crua de nossa realidade. Eis o cerne da vida cristã: caridade, misericórdia, acolhimento. No declínio de nossa vida, só permanecerá o acréscimo de amor que tivermos sabido imprimir a cada coisa que fizemos.

Há também o reverso da medalha: além de sermos julgados quanto ao amor, seremos julgados pelo Amor, isto é, por Deus. Ao anunciar o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, o Papa Francisco procurou exprimir à Igreja inteira, e mais propriamente a todo o mundo, esta assombrosa verdade, jamais enunciada por inteiro: o julgamento que nos aguarda é um julgamento de misericórdia. “A misericórdia será sempre maior do que qualquer pecado, e ninguém pode colocar um limite ao amor de Deus que perdoa.”1 A todos os homens é comunicada a esperança, segundo a qual não existe pecado nem condição de vida tão deplorável ou falha humana tão irremediável que não possam ser encobertos plenamente pelo amor de Deus. Há uma condição exclusiva para isso: que se manifeste o arrependimento no pecador e o desejo de perdão.

Por ocasião do feliz evento do Ano Jubilar, também desejo fazer minha essa mensagem repassada de confiante espera, propondo-a novamente, sob a ótica dos que (como eu) exercem na Igreja o ministério de exorcista, isto é, da batalha face a face com o Diabo, para erradicar a ação extraordinária deste na vida dos homens. O inimigo da raça humana, que se rebelou contra Deus e almeja levar todo ser criado à perdição e à destruição, deseja com volúpia extrema que todos percam a esperança de amar e de regozijar-se — agora e em cada momento da nossa vida, inclusive no instante final — com a misericórdia do Deus-Amor, que se encarnou em Cristo Jesus e que, mediante sua morte e ressurreição, readmitiu-nos no caminho da salvação, mesmo após o pecado original haver provocado a total ruptura de nossa comunhão com o Criador. Por meio da ação ordinária de Satanás, que é a tentação, e por meio da ação extraordinária, que constitui o objeto especifico deste livro, o Diabo tenta destruir a confiança, depositada em cada homem e mulher, de amar e ser amado.


Livro eBook O exorcista explica o mal e suas armadilhas


Gabriele Amorth

20 febrero, 2021

update 14 agosto, 2021

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